ENTREVISTAS
Nesse mês conversamos com Igor Bittencourt, designer gráfico ha 13 anos. Hoje diretor de criação da sua própria agência, a Med Idea. Apaixonado por cerveja, não deixa espaço para vinho, vodka, ou wiskey.
Clube – Como vc conheceu cervejas especiais?
Igor – Morando com amigos em São Paulo, em 2011, na república que chamávamos de Casa de Jorge. Tentei implementar a ideia de comprarmos cerveja em grandes quantidades todo mês. Logo trocamos as grandes quantidades convencionais pelas cervejas especiais, mas não que fossem poucas.
Clube – Soubemos q vc já visitou alguns mosteiros europeus. Como foi essa experiência?
Igor – Eu e meu sócio temos esposas médicas que, em 2016, estavam uma em um congresso na Holanda e a outra na Bélgica. Então resolvemos juntar o “útil ao degustável.” Alugamos um carro e partimos para rota da cerveja com as respectivas. Visitamos o mosteiro da La Trappe na Holanda. Onde pudemos provar todos os rótulos em um menu degustação. Além dos queijos e pratos feitos com cerveja e mais algumas garrafas das preferidas. De la partimos para o mosteiro da Westvleteren, considerada por alguns, como a melhor cerveja do mundo. No restaurante deles, é possível consumir o quanto quiser. Mas para levar as garrafas da Westvleteren 12 é preciso simpatia para conquistar a boa vontade dos monges. O máximo que conseguimos para levar foram 6 longnecks por casal. Por último, reservamos uma estadia na loja da Chimay. Eles tem um pequeno museu da cerveja e um fabuloso bar/restaurante no térreo com quartos no andar superior. Pedimos o menu degustação, compramos um baralho e passamos o dia inteiro no bar, entre muitas Chimay Blue, na garrafa de rolha. Ficamos até o momento que o bar precisava fechar e nós precisaríamos estar sóbrios para alcançar os aposentos no andar superior.
Clube – Você trabalha com arte, design e publicidade. Como vê a crescente demanda de rótulos ilustrados nas cervejas? É um fator de escolha?
Igor – Trabalhei com a cerveja Xingu nas campanhas para venda internacional. É interessante perceber que quando se tem uma identidade própria no sabor, aliada a um conceito bem amarrado no storytelling, é possível despertar a vontade e curiosidade de experimentar com as peças gráficas. Já para a manutenção do consumidor é preciso ser munida de uma boa distribuição, campanhas constantes e claro, um produto de qualidade.
Atualmente, sou aficcionado pelos rótulos da DOGMA. Acredito que as ilustrações trouxeram uma cara de poster para as latas, onde da até pena de amassar e jogar fora.
Clube – O que mais te atraiu para um clube de cerveja?
O mercado das cervejas especiais está num crescimento exponencial. Já são tantos rótulos que fica difícil provar todos. Ter alguém gabaritado para selecionar rótulos. É como ter um cineasta fazendo sua curadoria de filmes no Netflix. Você consome apenas o que é relevante.
Clube – Como vc harmoniza suas beers?
Acredito que as cervejas especiais se assemelham aos vinhos para degustação. Uma boa tábua de frios é sempre bem vinda. E harmonizar com música, pode? Acredito que a cerveja associada a uma boa música, família e amigos chega bem perto da definição de felicidade.
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